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  • Foto do escritorMarcello de Alencar Silva

MUITO PRAZER, EU SOU O ESTÔMAGO

Atualizado: 24 de jul. de 2020


Este mês vamos falar sobre o ESTÔMAGO, um dos órgãos que mais sofre com essa dinâmica de vida que levamos hoje em dia, e você já vai entender o por quê.


… Pequena pausa para entrar em contato com ele …


Vai acalmando a sua mente, esvaziando qualquer outro pensamento que não seja a leitura deste texto. Deixa a sua respiração acompanhar esse movimento, ficando tranquila e cadenciada. Aos poucos, leva a sua atenção para a parte superior do seu abdômen, do lado esquerdo, logo abaixo do diafragma. Achou? Fica aí mais um pouquinho, mantendo-se no presente, atenção plena. Coloca sua mão nessa região, só para entender que bem aí, embaixo da sua mão, tem um órgão que precisa de mais momentos como este, de tranqüilidade mental, e menos horas de barulho dentro da sua cabeça.



Eu acho o estômago um órgão muito interessante porque ele movimenta nossos pensamentos conscientes, aqueles que ficam dando voltas na cabeça enquanto estamos acordados. O processo físico do pensar acontece no cérebro, ok, mas a energia que alimenta e movimenta esse processo, fica a cargo do estômago. O nosso corpo é assim, cada órgão, cada glândula, cada parte anatômica carrega uma consciência, uma sabedoria, que é compartilhada com o resto do organismo. Todo mundo trabalhando em equipe.


O estômago nos ajuda a pensar. A principal função deste órgão é receber o alimento que foi mastigado na boca e quebrá-lo em partes ainda menores para que possa ser digerido nos intestinos. Ele usa o suco gástrico para quebrar e dissolver, e os movimentos peristálticos para liquidificar aquilo tudo. O estômago faz a mesma coisa com nossos pensamentos e ideias conscientes.


“Acho que quero abrir meu próprio negócio. Mas e se eu ficar sem dinheiro? Minha família vai pensar que estou louca! (Será que desliguei a cafeteira?) Então tá, vou ligar pra fulana e perguntar o que ela acha dessa ideia. (Não posso esquecer de pagar a conta do cartão). Vou buscar as crianças na escola e mais tarde já começo a pesquisar os passos para abrir essa empresa. (E essa música não sai da minha cabeça!)” As frases que passam pela nossa mente ao longo do dia precisam da ajuda da energia deste órgão para serem dissolvidas, condensadas e preparadas para os próximos passos do nosso caminhar. As ideias e pensamentos que forem úteis vão em frente, com novo formato, mais unificadas. Esse é o movimento ideal e este processo é super importante porque nos ajuda a colocar as ideias no lugar. O problema é que temos a tendência a sobrecarregar o estômago pensando demais, analisando demais, alimentando demais esta parte do processo, e agindo de menos.


O estômago movimenta a preocupação. E, assim como a raiva, a preocupação é apenas uma emoção, e muito importante para os nossos processos mentais. Eu sei que pode ser difícil abstrair e pensar na preocupação como uma energia, mas deixa eu tentar te ajudar a entender. Sem a atuação do estômago, os alimentos que ingerimos continuariam sendo apenas restos de cenouras, pães e sucos de limão. Dentro do estômago, eles são envolvidos pelo suco gástrico e se fragmentam em carboidratos e proteínas. Então eles deixam de ser coisas (brócolis, feijão) e passam a ser unidades (carbos, proteínas), que quando são digeridas e enviadas para outras regiões do corpo, viram músculos, sangue, energia. Da mesma forma, as ideias e pensamentos que pululam pela mente ao longo do dia precisam da energia lenta, constante e presente da preocupação para virarem planos, caminhos, vontades. Portanto, a preocupação saudável não paralisa nem estafa, ela unifica e engloba as ideias em temas, contextos. E depois, ela parte para o próximo tema, para a próxima refeição.


Outra coisa legal do estômago é que ele nos traz para o presente. Com ele é assim: se tem algo pra digerir, ele faz seu trabalho e manda o produto final pro intestino delgado. Se não tem, ele descansa e espera a hora de reiniciar sua tarefa. A nossa relação com os problemas, as chateações e as histórias que vivemos deveria ser semelhante: viver o presente é deixar as coisas irem embora assim que elas terminam. Só que nós nos apegamos e ficamos revivendo as raivas, os medos, as frustrações e até as boas experiências no nível mental, lembrando e remoendo uma e outra vez o que já é passado (ou fantasiando o que ainda não aconteceu). A alimentação afeta este padrão. Se a energia do estômago está excessiva devido a uma dieta inadequada, ela vai agitar a mente. E a mente agitada fica instável, ansiosa, hiperativa.


O estômago nos ajuda a digerir e assimilar a vida. Ele abre espaço para a entrada de novos alimentos e pensamentos, e com isso nos permite digerir e assimilar todas as coisas que estão acontecendo ao nosso redor. As experiências que vivemos todos os dias, desde as mais simples até as mais complexas, precisam passar por aqui para adquirirem significado e seguirem seu caminho em direção ao aprendizado. Por isso, problemas no estômago costumam se relacionar com algo que está acontecendo agora e que não estamos conseguindo digerir ou tolerar. Se estiver doente, o estômago faz com que rejeitemos as atividades da vida e tentemos evitá-las. Quanto mais mal-estar sentimos no estômago, mais difícil fica nos sentirmos bem na vida em geral.


Estômago e mente têm uma relação muito íntima. Nos últimos anos aprendi que o jeito que eu trato meu estômago e a relação que eu tenho com a minha alimentação tem muito a ver com o que está acontecendo na minha cabeça. Então, comecei a ficar mais atenta a isso. Quando estou em uma fase em que quero comer o tempo todo, mantendo sempre a boca e o estômago ocupados, fico atenta: o que estou precisando digerir com tanta pressa, que não paro de comer? Quando saio de viagem, e não sinto tanta ansiedade, percebo como minha mente está mais calma, meu estômago consegue ficar vazio por mais tempo sem que eu sinta fome, e me sinto mais conectada com o momento presente. Podemos aproveitar este conhecimento sobre as consciências dos órgãos para aprender um pouco mais sobre nós mesmos, para saber como anda não só nossa saúde física, mas também a emocional.


Então vamos seguir em frente! No mês que vem, vamos explorar um pouco o baço, que é par energético do estômago e também se relaciona com o aspecto mais inconsciente da nossa mente.


Referências bibliográficas

ELSON, Kapit & ELSON, Lawrence. The Anatomy Coloring Book. Ed. Pearson, 2014 GALIPO, Janet & WENER, Nancy. Manual San Baio: os três tesouros. 2014 LIPTON, Bruce. A biologia da Crença. Ed. Butterfly, 2005. MARIN, Giles.Os cinco elementos e as seis condições. Ed. Cultrix, 2010. VELTHEIM, John. Medicina Oriental: Anatomia e Fisiologia do Corpo Energético. PaRama LLC, 2013 Anatomia Fácil com Rogério Gozzi (Vídeo Aula 024) Anatomia Fácil com Rogério Gozzi (Vídeo Aula 026) http://www.todabiologia.com/anatomia/estomago.htm http://drauziovarella.com.br/corpo-humano/estomago/ http://www.infoescola.com/sistema-digestivo/estomago/


Fonte: https://minhacozinhavirouumjardim.com.br/2016/04/29/muito-prazer-eu-sou-o-estomago/

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